Na noite anterior à abertura das vendas pela internet (meia-noite), era dez horas e o site já não entrava mais. Eu só consegui acessar o site a uma hora da manhã! E pra meu desespero, mais uma vez, os ingressos estavam esgotados...



Tudo sobre Nada. Nada sobre Tudo.
Em 2010, a cidade de São Paulo recebeu muitas atrações desse tipo e chegou, até mesmo, a ter nove delas em cartaz ao mesmo tempo. Desde as megaproduções Cats e Mamma Mia!, passando pela polêmica O Despertar da Primavera, e pelo infantil O Soldadinho e a Bailarina, até produções menos conhecidas como Emoções Baratas; pode-se, até incluir nessa lista, peças que são consideradas o “mico do ano”, como foi Zorro, o musical.
Mas deixando de lado qualidade – e, também nesse caso, quantidade – os musicais vieram pra ficar. E São Paulo é prova disso. Eles chegaram com força aqui no começo da década, mais precisamente em 2001 com Les Misérables. Também já passaram por aqui O Fantasma da Ópera, Chicago e A Bela e a Fera.
Não se pode falar em musical sem mencionar seus atores/cantores. Totia Meireles se consagrou em Gypsy; além dela outros começam a demarcar seu espaço no gênero: Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos e Nando Prado já participaram de várias e grandes produções, como O Fantasma da Ópera, Jekyll & Hyde e A Bela e a Fera.
O público vem aumentando e o ano de 2010 pode ser considerado um dos melhores – se não o melhor – para esse gênero teatral. Aliás A Gaiola das Loucas e Mamma Mia! fecharam o ano inda em cartaz; e 2011 promete, pois, além dessas peças que voltam no início do ano, já estão certas Evita, As Bruxas de Eastwick e New York, New York.
Alguns musicais que ficaram em cartaz em 2010
Cats
Mamma Mia
A Gaiola das Loucas
Jekyll & Hyde — O Médico e o Monstro
Avenida Q
O Rei e eu
Hairspray
Gypsy
O Despertar da Primavera
Aladdin
“Bixiga – Um Musical na Contramão”
Into The Woods (Era uma vez)
“Zorro, o musical”
Besouro Cordão de Ouro
Ado(ni)rando
Lamartine Babo
Os Boêmios de Adoniran
É com esse que eu vou
Pororoca
Soldadinho e a Bailarina.
Emoções Baratas
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Fonte: http://www.musicaisbr.com/
Para não acontecer o mesmo que o primeiro filme, quando uma cópia foi roubada e estima-se que mais de 11 milhões de pessoas tenham visto a versão pirata, o diretor José Padilha criou algo inovador no mercado brasileiro, distribuindo ele mesmo as cópias, além de ter um forte sistema de segurança por trás disso.
Bom, o melhor no filme fica por conta da atuação de Wagner Moura. Agora como Coronel Nascimento e Sub Secretário de Inteligência do Rio de Janeiro, dez anos mais velho, o personagem é mais maduro, mais denso, e ao combater o tráfico de drogas, revê o seu papel dentro do sistema.
Na verdade o inimigo são vários: os policiais corruptos, os políticos corruptos e, principalmente, as milícias.
O filme é menos violento e chocante do que o primeiro, mas a trama é mais bem elaborada. Seguindo os passos de Nascimento, o público é levado para dentro do sistema, algo difícil de ser evitado, de fugir, de negar, "foda", nas palavras do próprio Coronel.
Fui ver o Tropa 2 no primeiro final de semana de estreia. Filas enormes, especulações e espera. Foi muito interessante ver a reação do público quando Nascimento bate em um político, por exemplo. São aplausos, gritos, a plateia entra em êxtase. Ele, até certo ponto, faz justiça com as próprias mãos, faz o que muita gente gostaria de fazer e por isso o Capitão/Coronel se tornou um (anti-) heroi tão aclamado pelo público.
Infelizmente, a grande maioria das pessoas que viram o filme param por aí. O filme acaba, a música toca, os créditos sobem. O cinema se esvazia e a reflexão acaba. Acaba?
Tropa 2 foi lançado logo após as eleições. O que nos faz pensar: se fosse lançado antes, o resultado seria diferente? Lá no Rio, para governador, teria ganhado Sérgio Cabral? E aqui em São Paulo, seria o Tiririca eleito com mais de um milhão de votos? Talvez sim, talvez não. Afinal é só um filme, e como um filme, mesmo tendo ideias e críticas tão claras pode mudar um país?
Enfim, é um filme para fazer pensar. Com algumas semelhanças com a realidade, analogias, metáforas, e até uma dose de humor. Mas isso depende, é claro, de quem o está assistindo. O propósito pode não ter sido mudar o sistema (até porque “o sistema é foda parceiro”), mas apenas começar uma transformação na mentalidade de pelo menos algumas pessoas que o vêem.
Deixando críticas e ideologias de lado, Tropa de Elite 2 vale muito a pena. Diálogos interessantes, grandes atuações, novos bordões, uso muito interessante da câmera – que segue os personagens – bom de ser visto e discutido. Abaixo, deixo o trailer oficial. Então vamos deixar de “pombagirisse” e curtir logo o filme, que é o que interessa.